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Liberação Miofascial


Você já se sentiu mais fadigado que o normal? Sentiu seus músculos não renderem o que podem? Ou então quando vai treinar ou praticar algum esporte, algum músculo em específico dá aquela “reclamada”, como se fosse dar uma cãibra? Então você vai se interessar por esse artigo a respeito da técnica de liberação miofascial:

A Liberação Miofascial é um tratamento de terapia manual amplamente utilizado que consiste em o terapeuta utilizar suas mãos ou ferramentes prórpias como as ventosas, para aplicar força por um tempo prolongado e contínuo sobre a pele, manipulando o músculo e a fáscia. Com isso, busca-se alcançar o comprimento adequado do músculo, diminuir a dor e melhorar a função. Segundo estudo de revisão sistemática de Ajimsha et al. (2015), tal técnica está emergindo como uma estratégia com sólida base de evidências e um tremendo potencial.

Didaticamente falando, pense na fáscia como se fosse aquela membrana branca e tecido fibroso que você observa na carne quando vai no açougue. Por ser uma peça contínua de tecido conjuntivo, ela trabalha em "cadeias" conectadas, ou seja, qualquer restrição em determinado ponto pode refletir limitação de movimento, diminuição da efetividade de um músculo, dor e rigidez em demais regiões. Para melhor compreensão, agora imagine uma camiseta muito apertada e agarrada em seu tórax. Isso vai trazer limitação para conseguir movimentar seu tronco e também seus braços não é mesmo? A fáscia rígida, gera um efeito semelhante.

A liberação miofascial geralmente envolve pressão lenta e sustentada aplicada em camadas fasciais rígidas. A técnica é pensada para funcionar diretamente sobre a fáscia restrita: o terapeuta usa as mãos, dedos, antebraço ou outras ferramentas para aplicar uma pressão de alguns quilos de força para entrar em contato com a fáscia restrita, aplicar tensão e esticá-la ao longo do percurso até o movimento livre ser alcançado (GOT et al., 2009).

Autores como Day (2009), Stecco (2013) e Langevin (2011) sugeriram que o tecido conjuntivo poderia se tornar mais apertado / denso em casos de overuse (esforço repetitivo), ou após lesões traumáticas. Os mesmos autores sugerem que a alteração da flexibilidade fascial pode ser uma fonte de desalinhamento corporal, potencialmente levando a uma biomecânica muscular prejudicada, menor força e coordenação motora. Resumindo, se seu complexo miofascial encontra-se limitado, sua postura pode ser afetada, seus movimentos e coordenação são prejudicados e com isso, as dores podem começar a surgir.

A sessão de fisioterapia seria eficaz ao proporcionar alívio da dor e melhorar as funções fisiológicas musculares e fasciais que foram alteradas pelas disfunções (Hou et al., 2002, McKenney et al., 2013). Ou seja, o desempenho do músculo, seu rendimento e flexibilidade, são tremendamente beneficiados pela liberação. Os benefícios da técnica são explicados: 1- pelo aumento do aporte sanguíneo proporcionado pela terapia (se entra mais sangue no músculo, mais bem nutrido ele fica, e consequentemente mais saudável); 2- pelo ganho de extensibilidade tecidual (com a tensão gerada pelas mãos ou ventosas, o tecido é esticado e portanto tem sua flexibilidade melhorada); 3- com o constante contato externo, as terminações nervosas da dor, acabam diminuindo sua ativação, e com isso a sensação de alívio após a terapia é quase sempre presente.

A dor momentânea da técnica, acaba sendo irrelevante perante os resultados proporcionados.


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