Meu Programa de Exercícios melhora minha IMUNIDADE?
Vivemos em um tempo de medo e incertezas por conta de um vírus que se espalhou pelo mundo. Estamos orientados a diminuir contato com seres, ficando a maior parte do tempo em casa, e reduzindo assim a nossa quantidade de atividade física.
Quais serão os efeitos dessa estratégia a médio e curto prazos na nossa saúde e principalmente em algo que nos preocupa muito, nossa IMUNIDADE?
O que as pesquisas confirmam sobre a influência dos exercícios na competência do sistema imunológico humano é que de modo geral eles são benéficos! Porém a qualidade e quantidade dos exercícios influenciam tanto, que pode fazer com que sua imunidade seja afetada de forma muito negativa.
Sabemos por exemplo, que exercícios de longa duração e alta intensidade, como um treino de corrida que dure mais do que uma hora e meia, reduz a ação de algumas partes do sistema imunológico, como a ação quimiotática, a ação de células dendríticas e de linfócitos B a níveis muito baixos, por até 48 horas após o estímulo.
Essa redução na ativação do sistema imunológico leva a uma “janela de infecção” que nos expõe a evolução de infecções variadas nesse período pós exercício, inclusive o vírus que estamos a enfrentar. As pesquisas mostram também que pessoas já treinadas tem uma diminuição MENOR na ação do sistema imunológico nesses casos, do que pessoas não treinadas.
Outras pesquisas mostraram também, que uma sessão de exercícios MODERADOS, ou seja, exercício não extenuante com duração inferior a uma hora, aumentam significativamente a atividade microbicida do organismo e esses exercícios feitos de forma regular aumentam o número de células dendríticas, importantes agentes do nosso sistema imunológico.
Sabemos também que pessoas praticam exercícios regularmente demonstram em média 23% menos risco de infecções respiratórias superiores (gripes e resfriados). Exercícios de ALTA intensidade e curta duração também causam uma diminuição da competência imunológica, porém aumentam muito a quantidade de anti-inflamatórios naturais e criam uma janela de infecção muito menor do que os exercícios de longa duração: apenas 3 horas. Com o avançar da IDADE, ocorre uma redução na quantidade de linfócitos T, e por isso ficamos mais suscetíveis a infecções como a pneumonia, porém estudos mostraram que o exercício crônico (ao longo do tempo) em idosos aumenta de forma muito significativa a quantidade dessas células.
Em resumo, podemos concluir: Quem já vinha dentro de um programa de exercícios a pelo menos 3 meses antes do isolamento, pode e deve continuar com os exercícios, porém em volume e intensidades moderadas. Isso ajudará a manter os ganhos obtidos com o treinamento e evitará a criação de uma janela de infecção que pode causar uma exposição maior a infecção causada pelo COVID-19.
Se você não se exercitava, pode até começar agora, mas com muito cuidado e atenção ao volume e a intensidade. Para quem está começando até uma caminhada pode ser interpretada como um grande stress pelo organismo. Não se esqueça, muita atenção a outros fatores que melhoram a recuperação entre as suas sessões de exercícios, como SONO e ALIMENTAÇÃO. Se seu organismo não estiver apto a se recuperar da sessão de exercícios, as janelas de infecção podem ser aumentadas, com consequências muito ruins.